Quais sãos os movimentos da profissão de assistentes sociais no Brasil? DBDelmnont (2024)

 Quais sãos os movimentos da profissão de assistentes sociais no Brasil? DBDelmnont (2024)

A profissão de assistente social no Brasil tem um histórico de lutas e movimentos que buscam fortalecer a prática, a valorização profissional e a garantia de direitos sociais. Esses movimentos são formados principalmente por associações, conselhos, sindicatos e grupos de pesquisa e articulação. Abaixo estão alguns dos principais movimentos e tendências:

  1. Movimento de Renovação do Serviço Social: Nas décadas de 1960 e 1970, com influência do contexto sociopolítico e econômico do país, o Serviço Social passou por uma renovação crítica, afastando-se de uma prática assistencialista e tecnicista. Inspirado pelo pensamento marxista e pelas teorias críticas, o movimento enfatizou a análise das estruturas sociais, econômicas e políticas que geram desigualdade, direcionando o Serviço Social para uma prática de transformação social.

  2. Movimento Ético-Político: Consolidado nos anos 1980 e 1990, o movimento ético-político consolidou uma nova perspectiva para o Serviço Social, reforçando o compromisso com os direitos humanos, a justiça social e a emancipação das classes trabalhadoras. Essa mudança se reflete no Código de Ética do Assistente Social de 1993, que prioriza a defesa dos direitos sociais e a autonomia das pessoas atendidas, destacando a profissão como um instrumento de luta contra a desigualdade e as opressões.

  3. Movimento em Defesa da Seguridade Social e das Políticas Públicas: Com a Constituição de 1988, a luta pela defesa e expansão dos direitos sociais, como saúde, assistência e previdência, tornou-se uma frente importante para os assistentes sociais. O fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Sistema Único de Saúde (SUS) dependeu, em grande parte, do engajamento dos assistentes sociais na criação e implementação dessas políticas. Esse movimento visa impedir retrocessos e desmontes nas políticas de seguridade social e manter o Estado responsável pela garantia desses direitos.

  4. Movimento pela Valorização e Regulamentação da Profissão: Assistentes sociais no Brasil têm lutado constantemente pela regulamentação e valorização da profissão, buscando melhorias nas condições de trabalho, remuneração justa e reconhecimento da importância de sua atuação. O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e os Conselhos Regionais (CRESS) têm um papel fundamental nesse movimento, regulamentando a profissão, fiscalizando o exercício profissional e promovendo campanhas de valorização e conscientização.

  5. Movimento pela Educação e Formação Profissional de Qualidade: Esse movimento foca na formação acadêmica e técnica dos assistentes sociais. Com o crescimento das faculdades de Serviço Social e a expansão de cursos em instituições privadas, o CFESS e outras entidades têm defendido a qualidade da formação e a presença de disciplinas que abordem criticamente as questões sociais e econômicas do Brasil. Também busca a inclusão de conteúdos que reforcem o compromisso ético-político e a capacidade de intervenção em diversas áreas.

  6. Movimento de Resistência aos Retrocessos Neoliberais: Em resposta às reformas trabalhistas e da previdência e aos cortes nas políticas sociais, assistentes sociais têm se mobilizado para resistir às políticas de austeridade e de enfraquecimento dos direitos sociais. O movimento envolve manifestações, produção de materiais críticos e atuação política junto a outras categorias para contestar retrocessos que afetam tanto os direitos dos usuários dos serviços sociais quanto os próprios trabalhadores da área.

  7. Movimento de Luta pela Inclusão Social e Contra as Opressões: Assistentes sociais também têm se engajado em movimentos sociais mais amplos que lutam contra o racismo, o sexismo, a homofobia, a xenofobia e outras formas de opressão. A profissão tem se posicionado na promoção da equidade de gênero e raça e na defesa dos direitos de populações vulneráveis, como pessoas LGBTQIA+, imigrantes, pessoas com deficiência e moradores de rua. Essa atuação é parte do compromisso ético da profissão com a dignidade humana e a igualdade de direitos.

  8. Movimento pelo Fortalecimento da Democracia e da Participação Social: Assistentes sociais no Brasil também se organizam em defesa da democracia e da participação social, especialmente em espaços como conselhos de direitos, fóruns e conferências públicas. Eles buscam garantir que os cidadãos tenham voz ativa na formulação e monitoramento das políticas públicas e defendem a participação popular como um mecanismo essencial para a construção de uma sociedade mais justa.

Esses movimentos mostram como os assistentes sociais no Brasil estão constantemente em ação para defender uma prática profissional ética e comprometida com a justiça social, ao mesmo tempo em que resistem a retrocessos que afetam tanto os direitos sociais quanto a autonomia e a qualidade do trabalho que exercem.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como os vereadores podem contribuir para o fortalecimento do PL de Iniciativa Popular do Piso Salarial de Assistentes Sociais? Vereador Eleito 2024 - Bimba da Gente (Fabio De Jesus Alves) Cruz das Almas - BA.

Serviço Social e Meio Ambiente: Uma Aliança pela Sustentabilidade

UNIDADE, LUTA E RESISTÊNCIA NOS MOVIMENTOS SOCIAIS DBDelmont (2019).