Dois pesoas e duas medidas na polarização ideologica. Não há ética na luta de classes.

A tessitura histórica das punições políticas revela um padrão reiterado de silenciamento e disciplinamento dos corpos insurgentes. No Brasil, a condenação de Débora Rodrigues e a trajetória de Jacinta Passos emergem como episódios emblemáticos de uma arquitetura repressiva que se metamorfoseia ao longo das décadas, mas mantém inalterada a essência de sua funcionalidade: a neutralização do dissenso por meio da violência institucional. Débora Rodrigues, ao inscrever na estátua do Supremo Tribunal Federal a frase “perdeu, mané”, tornou-se símbolo involuntário da polarização política contemporânea. Seu ato, embora desprovido da sofisticação intelectual que caracterizava a militância de Jacinta Passos, inscreve-se na tradição dos gestos de afronta ao establishment. A desproporcionalidade de sua condenação – 14 anos de reclusão e penalidades pecuniárias vultosas – remete a um passado de jurisprudência politicamente orientada, onde a legalidade se transfigura em instrumento de intimidaç...