Impactos do Neoliberalismo na Política de Seguridade Social
Com a constituição de 1988 deu-se a
inscrição da proteção social no interior da seguridade social; nota-se aí a
referência à sociedade civil enquanto elemento fundamental à implementação da
mesma (operacionalização da política de
proteção social).
A inserção da seguridade social no bojo de
uma política neoliberal que sangra os recursos públicos. Gusmão sinaliza que um
país de terceiro mundo onde se conjuga o trabalho infantil, desemprego
crônico, concentração de renda (uma das
piores do mundo) e de terra, etc., as medidas dessa política neoliberal
tornam-se muito cruéis em relação à classe que vive do trabalho/ salário.
A influência do desemprego estrutural afeta a base de
sustentação da previdência social; apesar dela contar com três fontes -
trabalhadores, empresários e o próprio Estado - somente os primeiros respondem
com mais de 60% para o financiamento da mesma (historicamente, governo e
empresário não cumpriram com sua obrigação de custear a previdência).
Gusmão sinaliza que desde a década de 70 (com a ditadura
militar) vem ocorrendo uma divisão entre as ações preventivas, coletivas e
públicas e as ações curativas, individuais e lucrativas.
O Estado sempre financiou a assistência médica privada (caso
da Golden Cross) diretamente e hoje, assistimos de forma indireta através da
imposição de dificuldades para operacionalizar o SUS (Sistema Único de Saúde).
O CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira) não resolve o problema crônico de fonte de financiamento para o
setor saúde, além do fato de se ter criado mais um imposto para a população
arcar, sem que pudesse ter participado da discussão sobre essa criação.
Na área da previdência, há todo um esforço governamental de
incentivar a proliferação do mercado privado de seguro (até porque os
trabalhadores regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) estão
limitados pelo INSS a receber no máximo 10 salários mínimos de aposentadoria e/
ou pensão).
Essas medidas são igualmente tomadas nos países da América
Latina e seguem a orientação principalmente dos EUA , que é de desmonte das
políticas de seguridade social.
Essa
crise é vista pelos neoliberais como uma crise do Estado, crise essa fiscal de
excesso de intervenção na vida social e de tamanho excessivo deste Estado.
Eles apregoam a desestatização do campo social (lembrar do
terceiro setor), fazendo dele um mercado social.
A
privatização do Estado vem se dando de forma direta e indireta, anunciando a
morte de um Estado que geneticamente não conseguiu dar conta das desigualdades
sociais.
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